A INTERTEXTUALIDADE NA CONSTRUÇÃO DO RISÍVEL EM CRÔNICAS DO COTIDIANO
Maria Jose Nélo (UEMA – PG DO – PUCSP)

Esta comunicação está situada na área da Análise Crítica do Discurso com vertente sócio-cognitiva e tem-se por tema a construção dos sentidos semânticos por intertextos, intencionalmente, usada pelo cronista, que podem produzir risível no interlocutor ao processar a informação textual. Tem-se por pressuposto que o cronista parte do marco das cognições sociais para que o interlocutor construa inferências a respeito do que está sendo referenciado na crônica. Segundo Bergson o riso, o risível é uma condição própria do ser humano. Para Raskin o riso é um atenuante de tensões, por causar mudanças de humor. Objetiva-se, assim contribuir com os estudos do humor cômico risível, como identidade cultural do brasileiro, A pesquisa fundamenta-se na inter-relação das categorias analíticas: Sociedade, Discurso e Cognição, conforme Van Dijk (1997). O método adotado é o teórico-analítico. Os resultados obtidos indicam que: 1) a seleção lexical e intertextual usada pelo enunciador propicia a inferência de modelo de contexto para o interlocutor; 2) as orientações, decorrentes de metonímias textuais e intertextos, usadas pelo enunciador na progressão da crônica propiciam a ruptura na construção da expectativa do leitor; e 3) a caracterização do risível na reformulação do contexto mental do leitor. Conclui-se que uma visão sócio-cognitiva que situa as cognições sociais e grau de informatividade do texto possibilita outras leituras para o tratamento do risível.