A LÍNGUA PORTUGUESA E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ESCOLAR
Marcelo Concário (UNAERP)
Entre 2005 e 2008 desenvolveu-se um estudo com professores e alunos de EF, estagiários de Letras e livros didáticos de Ciências, História e Matemática. Os objetivos eram descrever e analisar (a) as oportunidades instanciadas nas aulas e pelos livros didáticos dessas disciplinas para alunos produzirem língua materna e interagirem no estudo de conteúdos específicos, e (b) o impacto de tarefas aplicadas pelo pesquisador com objetivo de incentivar interação e produção de textos. O estudo fundamentou-se em princípios sócio-históricos (VYGOTSKY, 1978; 1986) de aprendizagem significativa (AUSUBEL, 2000), na proposta de modificabilidade cognitiva (FEUERSTEIN, 1980) e no ensino de línguas baseado em conteúdos (LAPP; FLOOD; FARNAN, 2004). Com base na experiência do pesquisador na formação de professores de línguas estrangeiras, no seu compromisso com a abordagem comunicativa e interesse em ações de conscientização da linguagem, serão apresentados dados que demonstram que a língua materna assemelha-se a uma língua estrangeira, gerando dificuldades e limitações para os alunos nas aulas de disciplinas específicas. A pesquisa revela que os livros didáticos e as ações de ensino-aprendizagem não priorizam produção nem interação dos alunos. Por outro lado, foram observados benefícios do uso de tarefas que promovem maior interação e produção linguística explorando interdisciplinaridade. Nesta comunicação serão analisadas implicações dessas constatações e como a Linguística Aplicada pode fomentar reflexões mais profundas sobre o papel da língua materna na aprendizagem escolar.
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