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ESFERAS DE AÇÃO SOCIAL E COMUNIDADES DISCURSIVAS: CONCEITOS SUPERPOSTOS, MAS DISTINTOS.
Luiz Carlos Travaglia (ILEEL / UFU)
Nas pesquisas sobre gêneros dois conceitos têm sido constantemente emparelhados: o de “esfera de ação social” (Bakhtin, 1992) e o de “comunidades discursivas” (Swales, 1990). Ainda aparecem com menos frequência os conceitos de formações sociais (Bronckart, 2003) e domínio discursivo (Marcuschi, 2002). Nosso objetivo é discutir com base em observações de categorias de textos em diversas comunidades se os conceitos propostos por Bakhtin e Swales poderiam ser realmente identificados por se referirem ao mesmo elemento. Após a observação de alguns gêneros que são utilizados em diversas comunidades discursivas (acadêmica, militar, médica, jurídica, dos grupos sociais menos estruturados, etc.) tais como: planos de ensino, convites, recibos, etc. chegamos à conclusão de que os dois conceitos não se referem exatamente ao mesmo elemento da realidade, embora haja uma superposição entre eles, uma vez que uma comunidade discursiva configura uma esfera de ação social, mas muitas esferas de ação social podem perpassar diversas comunidades discursivas com um ou alguns de seus gêneros próprios. Assim algumas ações sociais são realizadas por determinados gêneros que ocorrem em diversas comunidades discursivas (Configura-se aqui a questão de identificar e nomear esferas e comunidades). É o que acontece, por exemplo, com o gênero convite que é utilizado por comunidades discursivas diversas como a acadêmica, a religiosa, a militar, a jurídica, a do entretenimento, a das artes, a econômica, etc., configurando uma esfera de ação que perpassa mais de uma comunidade discursiva. Conclui-se assim que os dois conceitos identificam elementos que têm uma certa superposição, mas que são distintos.
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