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Gêneros textuais e ensino: a seqüência didática como instrumento de trabalho no ensino/aprendizagem da língua portuguesa
Luciano Magnoni Tocaia (UPM)
Caracterizar a língua como forma de ação social e histórica é priorizar, sobretudo, seus aspectos discursivos e interativos diante de seus aspectos formais e estruturais. Dessa forma, toda comunicação leva-se em conta a noção sócio-interativa da língua, na qual os gêneros textuais constituem-se como ações sócio-discursivas para agir sobre o mundo constituindo-o de alguma forma. Definidos por Bakhtin (2006) como formas estáveis de enunciados elaboradas nas mais diversas esferas da comunicação humana, os gêneros textuais permitem-nos estabilizar os elementos formais das práticas da linguagem. Organizando a atividade humana, podem ser considerados como “ferramentas” (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004) que nos possibilitam agir de maneira eficaz num grupo definido de situações de comunicação. Pressupõe-se que toda comunicação se efetua por meio de um gênero textual.
Adotar os gêneros textuais como unidade mínima de ensino para o trabalho da leitura e produção textual nas aulas de língua portuguesa é confrontar os alunos com práticas de linguagem historicamente construídas; dar-se-lhes-ia não somente a possibilidade de reconstruí-las, mas, sobretudo, delas se apropriarem. Tal concepção parte do pressuposto de que comunicar-se oralmente ou por escrito pode e deve ser ensinado sistematicamente. Ela se articula por meio de uma prática denominada seqüência didática, ou seja, “uma seqüência de módulos de ensino, organizados conjuntamente para melhorar uma determinada prática de linguagem”. (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004). A presente comunicação objetiva, assim, apresentar uma possibilidade de seqüência didática em torno de um gênero textual pré-estabelecido, apresentando as mais variadas atividades que a compõem e que possuem uma afinidade com o material didático adotado pelo professor ou com o tema explorado em sala.
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