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O QUE DIZER SOBRE A LÍNGUA? CULTURA E IDENTIDADE LINGÜÍSTICA NAS CRÔNICAS BARRETIANAS
Lúcia Maria de Assis (UFLA)
Este trabalho tem como objetivo analisar a manifestação lingüístico-discursiva a respeito de língua, identidade e cidadania na crônica de Lima Barreto, literato que viveu no Rio de Janeiro entre 1881 e 1922. Morto pouco antes da eclosão do movimento modernista denominado Semana de Arte Moderna, postumamente foi considerado um pré-modernista, pois havia inaugurado um novo pensamento sobre a língua empregada nos textos literários e os temas abordados na referida literatura.Para alcançarmos esse objetivo, seguimos três dimensões comportadas num hiper-espaço: cronologia, geografia e conjunto de temas, conforme indicam Fávero e Molina (2006). Como cronologia, trabalhamos com o período de transição entre os séculos XIX e XX ou transição Império/República; como geografia, escolhemos a cidade do Rio de Janeiro, então Capital Federal e cultural do país; e, como conjunto de temas, abordamos a configuração da obra de Lima Barreto em defesa de uma língua portuguesa que representasse a identidade nacional brasileira e a cidadania dos alijados do sistema. Examina-se essa configuração a partir dos pressupostos da História das Idéias Linguísticas, os quais dizem que o estudo de uma língua vincula-se a assuntos relevantes da história e da constituição de determinada sociedade na tentativa de compreender o imaginário social que se constitui ao longo dessa história, chegando à identificação linguístico-cultural de um povo. Isso é possível, porque uma produção literária sempre está associada a um tempo e, portanto, reflete as angústias e os sonhos a ela contemporâneos, transformando-se em relato de determinado contato sócio-histórico.
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