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POLÍTICA LINGUÍSTICA E ENSINO DE LÍNGUA NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS
Letícia Fraga (Universidade Estadual de Ponta Grossa)
A população da região dos Campos Gerais do Paraná é bastante variada étnica, cultural e linguisticamente, pois é composta de um significativo número de autóctones (Kaingang e Guarani) e alóctones (holandeses, alemães etc.). Essa constituição resultou em uma realidade cultural e linguisticamente plural, marcada essencialmente pela diversidade. São várias comunidades que mantêm a sua língua, a sua cultura, a sua religião e que, por outro lado, entram em contato com a língua e cultura dominante, no caso a língua portuguesa, contato esse que, muitas vezes, resulta em conflitos de natureza identitária. Nesse sentido, o objetivo geral deste trabalho é o de fazer um levantamento de como são pensadas (se é que o são), nos Campos Gerais, práticas político-pedagógicas considerando-se o multilinguismo/multiculturalismo presente na região. Neste trabalho, de modo mais geral, optamos por utilizar a pesquisa qualitativa e, de modo mais específico, adotou-se o método etnográfico, pois desta forma será possível levantar todos os dados possíveis de uma comunidade, no sentido de investigar um determinado grupo e sua cultura específica (ARNOULD, WALLENDORF, 1994). Em termos de resultados levantados até o presente momento, podemos apontar, tal como discute a literatura da área (ALTENHOFEN, 2004), a existência de muitos mitos e concepções linguísticas, dentre os quais podemos citar: a) o Brasil “é um país monolíngue”; b) deve-se “falar português, porque se está no Brasil”. Enfim, com base nesse diagnóstico, esperamos poder promover discussões e até mesmo propor alternativas/soluções para que a organização linguística de uma sociedade responda às suas necessidades de comunicação.
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