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HÁ ALGUMA POSSIBILIDADE DE DIÁLOGO ENTRE AS OBRAS CLÁSSICAS DA LITERATURA BRASILEIRA E O ALUNO DO ENSINO MÉDIO?
Denísia Moraes dos Santos (PG ME – PUC/SP)
Na tentativa de responder à pergunta formulada no título, esta comunicação, recorte de uma pesquisa em desenvolvimento, tem como corpus o Concurso Cultural Viagem Nestlé pela Literatura. Criado pela Fundação Nestlé, em 1999, o concurso de caráter educacional e cultural trouxe à tona questões cruciais da educação brasileira, sobretudo, no que diz respeito ao ensino de leitura. Apoiada nos conceitos de esfera e relações dialógicas, ambos advindos do pensamento de Mikhail Bakhtin e seu Círculo, e considerando que os estudos da linguagem têm em comum o fato de compreender, pela dimensão histórica, social e cultural, a produção de sentidos, esta comunicação tem o objetivo de examinar como a leitura de cinco obras clássicas da literatura brasileira, indicadas na primeira edição do concurso - Cronistas do Descobrimento, com textos de Pero Vaz de Caminha e Hans Staden, O Cortiço, de Aluísio Azevedo, Dom Casmurro, de Machado de Assis, Fogo Morto, de José Lins do Rego e Sentimento do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade -, ajuda o jovem do Ensino Médio a compreender textos da tradição literária e dessa forma se posicionar de seu lugar e de seu tempo para produzir textos. A descrição e a análise do Caderno Pedagógico do concurso e do texto premiado Guia de receitas brasileiras permitiu identificar, até momento, como as vozes discursivas marcadas na produção textual do aluno são dialogicamente correlacionadas.
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