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IMPONDO REGRAS: O PURISMO LINGUÍSTICO DE LAUDELINO FREIRE
Christianne Gally (PUC/SP)
Com o objetivo de manter viva a correção e pureza dos clássicos portugueses na escrita brasileira, Laudelino Freire, membro da Academia Brasileira de Letras, empreendeu diversas lutas, usando inúmeros instrumentos, como a Revista de Língua Portuguesa, publicada entre 1919 e 1934 que reuniu vários e proeminentes filólogos, gramáticos, professores e historiadores em suas páginas com o intuito de conservar a língua clássica portuguesa. Além desse instrumento, Laudelino também publicou Regras práticas para bem escrever, um ementário que deveria ser, para o escritor, o mesmo que o breviário era para o sacerdote. Nele, Laudelino selecionou 100 regras que contemplam a colocação pronominal, concordância verbal, crase, entre outros aspectos da gramática normativa. Mas, qual seria o objetivo dessa publicação? Ao selecionar 100 regras para a boa escrita, provavelmente, ele estaria apontando, indiretamente, o desrespeito de alguns escritores a elas. Quais são as regras consideradas as mais importantes para Laudelino no que se refere à “boa escrita” e em quais princípios linguísticos estavam baseadas? Para quem o manual foi escrito: para os alunos do Colégio Militar onde ele ensinava, ou para os jovens escritores paulistanos? De que maneira ele acreditava que estava contribuindo com a pureza linguística? Sob a luz da História das Ideias Linguísticas, esta comunicação analisa os comentários e as sugestões da obra Regras práticas para bem escrever a fim de compreender a construção e a tentativa de consolidação de uma língua nacional que se pretendia, por Laudelino Freire, “pura” e “correta”.
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