FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE LÍNGUA: CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES EM TORNO DOS SABERES MOBILIZADOS NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM LÍNGUA PORTUGUESA
Augusto Ângelo Nascimento Araújo (IFMA)



Supõe-se que o Estágio em Língua Portuguesa (LP) seja um momento na formação inicial do professor de língua em que “saber alguma coisa não é mais suficiente. É preciso também saber ensinar” (TARDIF, 2002) a fim de que não se lance mão de um ensino transmissivo (SEVERINO 2007), historicamente sedimentado, que alimenta o repetir não só do conteúdo, mas da experiência alheia e, por repetir, já não é experiência sua, mas corpo estranho que “moderniza” e “enverniza” aulas não assumidas. (GERALDI, 2003). Sob esse aspecto, situamos o problema desta pesquisa sobre quais saberes são mobilizados no Estágio em LP necessários à prática docente, com base na articulação da dimensão da linguagem à da educação. Isso irrompe também a investigação acerca da configuração curricular (SACRISTÁN, 2000) do Curso de Letras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) no que tange a articulação das disciplinas de caráter teórico com as de caráter prático. Para tanto, adotamos como metodologia a análise dos conteúdos sob a perspectiva indiciária (GINZBURG, 1989). O corpus está considerado aqui como dados formais que legitimam saberes/fazeres/dizeres de estagiários do Curso do Letras que também serão analisados segundo a orientação da Análise do Discurso. Quanto aos resultados da pesquisa até aqui identificados, ressaltamos que os saberes necessários para a prática do acadêmico tem se restringido ao conhecimento da rotina ou da infra-estrutura da unidade escolar; merece atenção ainda a apresentação de planos de aula com raras discussões acerca das concepções de aprendizagem, de ensino, de língua e de ensino de língua.