ALÉM DO SENSO COMUM: ATUAÇÃO DE PROFISSIONAIS QUE TRABALHAM COM “REVISÃO” DE TEXTOS
Andréa Pisan Soares Aguiar (PUC/SP – CNPq)



Nosso objetivo é refletir acerca dos limites de atuação do profissional que trabalha com textos na área conhecida popularmente como revisão. Em virtude da instabilidade existente entre a denominação do profissional e as respectivas tarefas realizadas, criou-se certa confusão, mesmo entre os que atuam nesse campo, problemática que tem se mostrado recorrente. Na literatura que serve de fundamento para esta pesquisa, encontramos nomenclaturas variadas para essa atividade; além disso, as tarefas pertinentes não estão bem definidas no que diz respeito ao que cabe a cada um realizar no trato textual. Para fins de discussão, selecionamos três campos profissionais: revisão, copidescagem e edição de texto. Quais seriam os limites de atuação de cada um? Que relações estabelecem com o texto, com o autor e com o leitor? Partimos do pressuposto de que, tendo em vista a instabilidade percebida, descrever de uma mesma forma as atividades relacionadas a esses profissionais pode desvalorizar o papel que cada um desempenha. Para alcançar o objetivo proposto, procedemos à pesquisa bibliográfica da área (Araújo, 1995; Coelho Neto, 2008; Gillad, 2007; Houaiss, 1967; Judd, 2001; Kotze e Verhoef, 2003; Malta, 2000; Medeiros, 2002; Van de Poel, 2003), e também buscamos subsídios em Bazerman (2006, 2007) e Bhatia (1993), para tratar de aspectos relacionados à escrita. Os resultados obtidos sugerem a necessidade de se estabelecer critérios definidos para a atuação desses profissionais no mercado, em especial, com vistas a valorizá-los, inclusive no que se refere à remuneração e ao seu status no processo de produção textual. Com este estudo, acreditamos que podemos contribuir para um entendimento mais abrangente dessa prática profissional.