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VIDAS SECAS E A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO: UM CASO DE INTERTEXTUALIDADE?
Ana Paula Fiore (UNIFRAN); Maria Flávia Figueiredo (UNIFRAN)
A origem desta análise está vinculada a duas situações: uma prioriza o desenvolvimento dos estudos que vêm sendo desenvolvidos, a partir de um viés teórico relacionado aos estudos intertextuais; e outra que visa propiciar um maior conhecimento em relação às facetas inomináveis que revelam a despersonalização a que as personagens foram acometidas no romance “Vidas Secas” de Graciliano Ramos e na parábola bíblica “O Filho Pródigo”. Nosso objetivo é elaborar um estudo de natureza comparativa, aproximando, numa interlocução, as narrativas ficcionais, investigando o contexto histórico-social que possibilitou a inspiração para criação das obras e analisar os recursos narrativos que dão significância às ações das personagens, bem como justificar o anonimato e a conduta das personagens. A metodologia utilizada foi a análise crítica do corpus à luz da Linguística Textual. Nossa análise apontou, a partir do confronto entre as terminologias usadas nos dois textos, para a existência de uma possível relação intertextual, que nos possibilita fazer aproximações entre trechos das obras escritas em contextos diferentes, mas com pontos de congruências, procedendo a uma reflexão intertextual referente à ausência da nomenclatura em relação aos filhos, personagens em ambos os textos. Em Vidas Secas, a ausência de nomes e de caracteres específicos acaba por projetar as personagens ao anonimato, formulando assim um caráter de denúncia. Já em O Filho Pródigo, temos a destituição dos nomes, sendo as personagens designadas apenas em função do seu relacionamento familiar: pai, filho mais velho, filho mais novo, que revelam o caráter alegórico que impregna os comportamentos humanos.
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